quinta-feira, 26 de agosto de 2010

God of War 3


Zeus é um deus e tanto. O senhor do Olimpo é impetuoso e destrói todos os que se opõem a ele com furiosos relâmpagos. Só que isso não vale para Kratos, um guerreiro espartano que, apesar de chamar o deus grego de "pai", busca a vingança e quer matá-lo sem pudor. Pois é, a terceira edição da série God of War tem o seguinte termo como tema: vingança.

Quem jogou os dois primeiros títulos da série sabe que a franquia da Sony é um dos principais símbolos da marca PlayStation. Kratos brutalizou seus inimigos até mesmo no PlayStation Portable no título Chains of Olympus. E a espera por God of War 3 foi tão intensa que milhares de usuários do PS3 não se seguraram e fizeram pedidos de pré-compra do jogo.

No Brasil, os gamers deliram. De uma forma curiosa, os jogadores do território nacional são tão aficionados pelo fantasma espartano que quase todos os títulos da série ocupam lugares reservados no topo da lista de acessos de portais como o Baixaki Jogos. E o terceiro game já ocupou (e vai ocupar, possivelmente) várias vezes o primeiro lugar no nosso portal.

A equipe de desenvolvedores da Sony Santa Monica teve o cuidado de caprichar na produção do jogo. É interessante constatar que foi lançada uma demo que, mesmo criticada por muitos, causou rebuliço na mídia e abriu alas para melhorias espetaculares. Sim, senhor: o jogo final é várias vezes superior (tanto em aspectos técnicos quanto, é claro, na diversão) à versão demonstrativa.

Bem, é difícil ser parcial na introdução de uma análise, mas é ainda mais difícil deixar de afirmar que a última aparição de Kratos — infelizmente a última, segundo a própria Sony — é simplesmente sensacional. Visuais, sons, a jogabilidade prática de sempre e uma atmosfera intensa de combate entram em sintonia perfeita com a temática mitológica da franquia.

Relembrando o passado

A própria abertura de GoW 3 é um sinal estrondoso de quão impactante é a saga de Kratos ao longo dos diferentes combates contra deuses, semideuses, criaturas diversas e, mais além, até mesmo titãs. Quem presenciou os finais dos dois primeiros títulos pode compreender com clareza os eventos retratados na tela. E quem nunca ouviu falar em God of War tem um rápido vislumbre dos conflitos e desfechos das tramas anteriores.

Os deuses do Olimpo se juntaram para impedir que Kratos, mais determinado do que nunca, eliminasse tudo e todos. Com isso, o homem mais impetuoso de Esparta passa por maus bocados, mas, pouco a pouco, consegue equipamentos diferenciados (cada um com poderes incríveis) para abrir um caminho de sangue rumo à vingança completa. Como de praxe, um início frenético, a regressão e uma retomada gradativa das habilidades.

O resultado? Bem, o combatente está mais aniquilador do que nunca. Violência é apelido para o que é observado na tela durante a experiência com God of War 3. Aposto que você nunca teria pensado que, para iluminar locais escuros, Kratos usa tranquilamente a cabeça do deus Hélio (Hélios) como lanterna. O item é empregado, ainda, para fazer com que os inimigos fiquem cegos e atordoados por um curto período de tempo.


Este game, ainda, herda com orgulho os pilares dos jogos anteriores. Saiba que o assunto, aqui, é um jogo que continua — de forma maravilhosa, diga-se de passagem — uma série mundialmente conhecida no mundo dos jogos eletrônicos. Se não fosse possível a realização de combos furiosos de golpes com armas fantásticas ou a visualização de cenas chocantes de dilaceração e até mesmo momentos "picantes" entre Kratos e mulheres seminuas, isto não seria um legítimo God of War.



Aprovado


Absurdamente grandioso

É difícil encontrar uma boa palavra para descrever o começo do jogo (trecho que exemplifica muito bem a grandiosidade do restante). Excelente, talvez? Enfim, o que importa é que há muitos aspectos inovadores com relação aos pontos de perspectiva encontrados nos dois primeiros games. A câmera de GoW 3 é muito dinâmica e é um dos segredos do sucesso da franquia: a Sony praticamente obriga os gamers a visualizarem Kratos através de ângulos fixos, mas muito interessantes.

O guerreiro pode ser forte, mas é ínfimo em comparação com outros seres. Escalar um titã e enfrentar um deus não são ações realizadas por qualquer combatente, mas o contexto majestoso dos ambientes intimida até mesmo quem está preparado para tais feitios. Kratos pode não ficar impressionado com a magnitude dos embates, mas os jogadores ficam.


Atmosfera única

Falar que God of War 3 lembra bastante um longa-metragem épico de Hollywood é quase uma ofensa... Ao título da Sony, obviamente. A atmosfera do jogo está impregnada com a mitologia grega e, por mais que muitos jogadores não aprovem o jeito com que os desenvolvedores retrataram certas entidades, o estilo geral do game — embates, comportamentos dos personagens, estrutura das construções e mecanismos — deve ser respeitado.

Na realidade, o enredo é tão interessante que muitos jogadores ficam com vontade de mergulhar fundo nas antigas histórias e saber mais sobre a mitologia grega. E são feitas várias abordagens em uma imensidão de seres e objetos: centauros, ciclopes, gigantes, estátuas "vivas", medusas, esqueletos, deuses, titãs, caixa de Pandora, figurantes menos conhecidos na mitologia... Poucos escaparam das mãos hábeis dos desenvolvedores.

Prático e conquistador

Trata-se de uma das melhores jogabilidades já encontradas em um video game. Se o jogador tiver uma boa noção de ritmo e tempo durante a realização de movimentos defensivos, os chefes podem ser derrotados com facilidade. Só que, se o oponente efetuar um golpe monstruoso que é desconhecido para o gamer, há fortes chances de que o combate mude de direção.

Os "quick events" e mini games voltaram com muita intensidade. O controle do PS3 é explorado de formas criativas e se mostra um ótimo instrumento de interação com as tomadas cinematográficas do jogo. Sem contar que utilizar armas como as Blades of Exile ou as Claws of Hades é uma alegria e tanto. O mesmo vale para outras ações, como golpes especiais, ativação de poderes e utilização de itens mágicos.
Gráficos... Inigualáveis?

A variação de quadros por segundo de acordo com a profundidade dos cenários e com a movimentação de vários objetos detalhados na tela mostra que o pessoal da Sony Santa Monica ficou próximo de atingir o limite do PlayStation 3. God of War 3 é tão belo e atraente que, com o perdão da palavra, merecia uma plataforma mais evoluída para a representação dos visuais com ainda mais impacto.

Ainda assim, o console não faz feio. Muito pelo contrário. À parte dos poucos defeitos existentes, os gráficos são incríveis. Os desenvolvedores conseguiram agrupar uma série de características positivas existentes em games de diversos gêneros, gerando um efeito mais que satisfatório. É complicado deixar de ficar cativado com o maravilhoso trabalho de arte criado pelos designers.

Quanto aos efeitos, texturas, filtros e demais quesitos, não há motivo para se deixar levar pelos problemas. Vamos por partes: a movimentação dos seres nos diferentes cenários é cativante; a iluminação dinâmica é uma das melhores em um título para PS3; a maior parte das animações, texturas e objetos conta com um polimento feroz; modelagens ótimas preenchem a tela; efeitos gráficos variados, como o "blur" (borrão) dos movimentos mostram que este jogo não está de brincadeira.

Fantástica ambientação sonora

Se você possui um bom conjunto de caixas de som, o resultado pode ser assustador. A trilha musical do game é maravilhosa, pois os acordes orquestrados fornecem uma espécie de "ritmo de combate" para os jogadores. Forte percussão, coral, muitos sons graves e intensidade nas trilhas são quesitos que honram a série e superam o que encontramos na maior parte dos jogos de ação para as plataformas de sétima geração.

É assustadora a qualidade com que tudo é transmitido: os sons de espadas, os urros de Kratos, os diálogos convincentes, a magnífica trilha sonora. Combinando de maneira inquestionável com os visuais, os sons, de modo geral, ilustram um dos motivos pelos quais a série é tecnicamente respeitada em todo o planeta.



Reprovado


Mais do mesmo...

...O que não é propriamente um defeito, é claro. Isto, na verdade, apenas reforça o esplendor da fórmula de sucesso da série. Só que quem esperava mudanças drásticas na estrutura básica pode se decepcionar com a constante linearidade da experiência. Bater freneticamente, explorar os cenários e desvendar quebra-cabeças.

Há inovações que podem ser consideradas "estranhas", como um momento no qual o gamer "joga Guitar Hero" em uma plataforma que mostra — como se isto fosse parte do próprio cenário — os quatro botões do controle do PS3. Curioso, não?

Defeitos variados

A lista não é tão intensa, mas também não é tão curta assim: sangue "plástico", cortes na tela frequentes ("screen tearing"), travamento da câmera em certos "takes" intermediários, certas animações que não convencem, fraca interação com a água, pobre interação entre objetos e corpos em determinados momentos, glitches de movimentação, bugs de câmera, cortes abruptos em algumas cenas, texturas ruins, bordas — bem poucas, felizmente — serrilhadas...
Em outras palavras, GoW 3 ainda é um jogo. E isso é um ponto ruim, por acaso?

Vale a pena?

Veja pela seguinte perspectiva: se você tem um PlayStation 3 e gosta de ação, God of War 3 é uma compra obrigatória. Simples assim.

Os motivos?
 Caso você tenha ficado com preguiça de ler os detalhes acima, saiba que o terceiro jogo da série exclusiva da Sony não deixa a desejar em nenhum aspecto. Diversão, recursos técnicos (gráficos, sons e outros quesitos estruturais), jogabilidade, temática, tudo é fenomenal.

God of War 3 é um daqueles jogos que prende a atenção de uma forma inexplicável. Parar de jogar é o maior desafio deste título, mais ainda que enfrentar os diferentes inimigos que aparecem pelo caminho. A derradeira empreitada de Kratos é um dos símbolos mais expressivos do console conhecido como PlayStation 3 e definitivamente é um dos maiores ícones do mundo dos video games.

Avaliação
Gráficos Nota 9,3
Jogabilidade Nota 9,7
Áudio Nota 9,8
Diversão Nota 10

Plataformas : PS3

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Dante's Inferno

Pancadaria, brutalidade e botões sendo esmagados constantemente. Atualmente, esta combinação é mais que comum. Existem dezenas de jogos que possuem uma fórmula que usufrui deste fantástico combo que assola no mundo do entretenimento eletrônico. É praticamente impossível não falar de God of War quando estamos tratando de violência e do próprio gênero hack ‘n slash.

Além disso, é comum também compararmos os grandes lançamentos com a lendária aventura de Kratos. Afinal, quando GoW chegou às lojas, um novo padrão foi estabelecido, e o game ainda é utilizado como exemplo para diversos outros títulos do gênero.

Nesta geração, tivemos alguns jogos que relembram bastante a franquia da Sony que brutalizou o PlayStation 2. Darksiders é um dos exemplos mais recentes, mas há um título em específico que vem causando regozijos nos fãs do gênero: Dante’s Inferno. Depois de muita ansiedade, o Baixaki Jogos finalmente analisou o game. Será que temos apenas mais uma cópia de God of War ou o responsável por um novo padrão?

Bem-vindo ao Inferno

Dante’s Inferno se parece sim com God of War. Normalmente, esta é a primeira coisa que pensamos ou ouvimos quando iniciamos o game. Durante nossa sessão de testes, muitos espectadores até confundiram Dante com Kratos, algo que pode acontecer com qualquer um.

“Então o jogo é uma mera cópia de God of War?” Não exatamente. Primeiramente, God of War não foi o primeiro a fazer o que fez — mesmo sendo um dos mais importantes devido ao nível alcançado. Além disso, Dante’s Inferno traz uma trama diferente e interessante, inspirando-se nos nove círculos do Inferno que são retratados no épico poema de Dante Alighieri.

Mas, aqui, Dante é um cavaleiro templário brutal com uma simples missão: salvar sua amada Beatrice. Para isso, o personagem terá de explorar os piores locais imaginados pela humanidade, enfrentando demônios e tudo que há de mais aterrorizante no mundo. Como é possível perceber, existem algumas mudanças em relação ao poema original, mas elas foram feitas para o bem da diversão.

Falando em diversão, como todo bom jogo de hack ‘n slash, Dante’s Inferno dá um show. Logo nos primeiros momentos, o jogador já percebe a intensidade que o aguarda. Depois de ser introduzido à trama com CGs belíssimas — que se qualificam facilmente entre as mais bem feitas desta geração — e animações bacanas, você encarna o poderoso e habilidoso Dante.

Depois de acabar com a própria Morte, algo já visto durante a versão demonstrativa do game, Dante inicia uma aventura que exigirá muito de seus braços. Com ajuda da ameaçadora foice roubada do próprio Ceifador, o jogador tem a chance de aniquilar facilmente qualquer um que cruze seu caminho. Dante conta com um sistema de golpes comum para o gênero, com ataques rápidos e fortes. Você ainda pode combiná-los para realizar combos ainda mais devastadores.

Além da foice, Dante também conta com uma espécie de cruz milagrosa. Mas, ao contrário do que se pode imaginar, esta cruz também é capaz de acabar com a vida dos inimigos de maneira brutal. Esta arma dispara ataques mágicos que podem atingir seus oponentes à longa distância, o que facilita a jornada do protagonista. A combinação destes dois ataques é essencial para a sobrevivência de Dante e traz um equilíbrio bacana para a fórmula.

Dante ainda conta com a possibilidade de adquirir ou aprimorar suas habilidades. Para isso, é necessário adquirir almas, que são como os pontos de experiência do game. Ao contrário da maioria dos jogos, não basta somente obter pontos de experiência e sair gastando-os em uma árvore de habilidades. Você terá de capturar os inimigos e absolvê-los ou puni-los para alimentar as determinadas barras que alimentam cada tipo de Skill Tree.

Dante’s Inferno conta com um ajuste interessante, trazendo duas Skill Trees independentes: Unholy (não sagrada) e Holy (sagrada). Cada uma conta com habilidades específicas, e jogador deverá escolher em qual delas gastará suas preciosas almas. Obviamente, você também poderá optar por um personagem híbrido — algo altamente recomendável.

Tudo isso resulta em combates realmente sólidos. O jogador tem a chance de alterar entre suas poderosas armas, a cruz e a foice, para realizar combos incríveis que resultam em um verdadeiro show de violência. Dante é tão brutal quanto Kratos, desferindo diversos tipos de ataques diferentes e arrebentando seus oponentes da maneira mais brutal possível. Os controles colaboram, trazendo uma fórmula que qualquer jogador de God of War pegará facilmente.

Artisticamente, o título é extremamente belo. Os ambientes são uma releitura muito interessante do que é retratado na obra de Dante Alighieri, fazendo com que o jogador realmente se sinta em um local que jamais deseja estar. A diferença de um círculo para outro é visível, com ambientes drasticamente diferentes e inimigos adequados para o que está sendo retratado. E tudo fica cada vez pior — no bom sentido.

Existem também alguns extras no jogo, como uma sessão de desafios que é aberta após o término da campanha — algo que deve levar cerca de 10 horas. A versão para PlayStation 3 conta com uma enxurrada de materiais bônus, incluindo o poema completo (em inglês), a trilha sonora e muito mais.

Em suma, Dante’s Inferno é um jogo no estilo hack ‘n slash que consegue divertir e cativar o jogador graças à sua fórmula simples e brutal. Sim, você esmaga os botões, mas faz isso em um jogo livre de bugs, sem loadings, com uma taxa de 60 quadros por segundo e acompanhado por uma trama que, no mínimo, fará você chegar até o fim. Pode até ser um game extremamente parecido com God of War, mas Dante’s Inferno também diverte igualmente.


Aprovado


Ambientação

Não há como negar: a ambientação de Dante’s Inferno é espetacular. Nos primeiros momentos do game, você ficará deslumbrado com a atmosfera do game. É comovente, por exemplo, enfrentar bebês demoníacos com lâminas no lugar de suas mãos no círculo dos não batizados. Além disso, o Inferno consegue ser realmente um lugar desprezível, graças ao fantástico trabalho da equipe de arte.

Os anéis iniciais merecem ainda mais destaque, pois trazem um design fabuloso e que definitivamente prenderá o jogador. Na Luxúria, por exemplo, o gamer encontrará vários elementos repugnantes, os quais podem ser vistos nas paredes e até mesmo na composição dos inimigos. Certamente, não se trata de uma interpretação fiel ao poema, mas Dante’s Inferno consegue migrá-la de maneira ideal para o mundo dos games.

O Inferno é divertido

Esta afirmação pode parecer estranha, mas você entenderá quando passar os primeiros momentos ao lado de Dante’s Inferno. Conforme mencionamos anteriormente, o título conta com uma fórmula conhecida por muitos e adota vários elementos de outros jogos do gênero. Mas, sua execução é muito bem feita, o que resulta em uma experiência tão divertida quanto qualquer outro jogo do gênero.

Os combates estrelados por Dante são satisfatórios. Além de poder desbloquear uma série de habilidades diferentes, o que contribui para a longevidade e diversão do game, o título também conta com outros elementos que garantem uma aventura saudável. As Relics, por exemplo, são como acessórios que podem ser equipados e fornecem habilidades passivas extras ao jogador, como ataques mágicos mais poderosos, por exemplo. Eles também são aprimorados, mas de modo automático.

A variedade de combos não se compara a Bayonetta, mas Dante consegue fornecer batalhas interessantes e variadas. Normalmente, você terá de enfrentar vários inimigos de uma só vez, o que garante desafio e um espetáculo. Você se sentirá extremamente poderoso enquanto desfere ataques com sua foice e elimina os inimigos mais distantes com sua cruz sagrada.

Durante sua jornada pelo modo campanha, você enfrentará diversos inimigos diferentes, incluindo alguns mais poderosos que podem até ser controlados pelo jogador posteriormente. Há também alguns quebra-cabeças e momentos de plataforma que quebram um pouco da pancadaria.

Escolhendo seu caminho

Outro elemento que merece destaque é a possibilidade de escolher dois caminhos diferentes no game. A Visceral Games, responsável pelo título e também pelo aclamado Dead Space, conseguiu trazer algo de diferente para a fórmula, e isto foi muito bem-vindo.

As duas barras, vermelha (Unholy) e azul (Holy), situadas no canto superior esquerdo da tela são muito importantes para sua jornada. Ao agarrar um inimigo com botão RT você terá de escolher se deseja puni-lo ou absolvê-lo. Se escolher a primeira opção, Dante finalizará o oponente de maneira brutal, e você ganhará pontos para sua barra vermelha. Entretanto, absolver trará uma morte menos sangrenta e resultará em pontos para a barra azul.

Você terá de completá-las várias vezes até atingir o nível máximo. É importante ressaltar que algumas habilidades só poderão ser conseguidas quando o jogador estiver com a barra Holy no nível três, por exemplo, o que exige que ela seja totalmente preenchida por três vezes. Portanto, é necessário escolher bem seu caminho para conseguir as habilidades mais poderosas.

Se você deseja obter tudo que o jogo tem a oferecer, então provavelmente terá de finalizá-lo diversas vezes. A adição de duas Skill Trees independentes ao game foi uma boa sacada da Visceral, e os jogadores certamente terão muitos motivos para jogar bastante Dante’s Inferno.

Toques extras

Alguns detalhes em Dante’s Inferno realmente surpreendem. Primeiramente, a atuação dos dubladores é surpreendente. Mesmo com algumas linhas levemente ridículas no roteiro, como a cômica “Sniff Again”, o trabalho dos atores merece aplausos. Os dubladores parecem mesmo ter encarnado cada um dos personagems, trazendo linhas expressivas e totalmente convincentes.

Além disso, os já mencionados extras da versão para PlayStation 3 também são um presentão para quem gostou do game, permitindo que o jogador conheça os bastidores da produção e saiba como é o verdadeiro poema de Alighieri. A Visceral ainda promete um modo cooperativo que será lançado como DLC, algo que estamos ansiosos para conferir.

Quanto à trilha sonora, Dante’s Inferno também merece respeito. As faixas do game combinam perfeitamente com os ambientes, trazendo um clima de tensão e angústia através de violinos e fortes batidas.


Reprovado


Já vi isso antes...

Se você espera por inovações absurdas na fórmula, é melhor ir tirando o cavalinho da chuva. Dante’s Inferno é um jogo bom, mas não traz nada de novo ao famoso gênero dominado por God of War. Você terá um sistema de controles conhecido, golpes já vistos em outros games e até mesmo os famosos mini games de contexto — aperte o botão na hora exata para derrotar o chefe.

Existem alguns outros detalhes que também incomodam no game, como o problema com os checkpoints. Eles até são generosos — você encontrará vários durante sua jornada — mas, infelizmente, suas últimas atualizações na árvore de habilidades não ficam salvas caso você morra. Basicamente, se você acabou de passar por um checkpoint, turbinou seu personagem, mas acabou morrendo, você terá de repetir as mesmas atualizações.

A reciclagem de inimigos é algo triste para um jogo com uma apresentação tão bela. Tudo bem, enfrentar mulheres semi-nuas no círculo da Luxúria é algo compreensível. Mas qual a razão de encontrá-las novamente no círculo da Violência? Difícil explicar, mas diversos inimigos característicos de certas regiões acabam aparecendo novamente, o que denigre um pouco a beleza do game.

Faltou gás

Nos primeiros momentos, Dante’s Inferno é completamente impressionante. Entretanto, depois da metade, o game simplesmente perde boa parte de seu brilho. Os ambientes, ricos em detalhes e totalmente caracterizados, acabam se tornando locais fechados, pequenos e genéricos da metade do game para frente.

(Cuidado com spoilers — revelação de enredo — no parágrafo abaixo.)

Além disso, os dois últimos anéis são decepcionantes. Em um deles, o jogador têm de apenas realizar diversos objetivos diferentes para prosseguir. Você terá de, por exemplo, eliminar um número X de inimigos em certo tempo ou acabar com os oponentes sem utilizar mágica. Algo totalmente desnecessário e que quebra o clima do game. Já o último círculo parece ter sido criado somente para a batalha contra o chefe final.

Em suma, a qualidade vai decaindo, mesmo que levemente, ao decorrer do game. Talvez a companhia estivesse com pressa para terminar o jogo antes do lançamento de God of War. Infelizmente, isso danificou a imagem do título.

Durante as sessões de plataforma, o jogador pode ficar frustrado. Tudo bem, entendemos que elas são introduzidas para trazer algo de diferente para o game, mas ainda preferimos detonar inimigos a saltar sobre blocos. Os quebra-cabeças do game são simplórios e nada chamativos.

Vale a pena?

Se você é fã de God of War, então deve conferir Dante’s Inferno. Existem diversas semelhanças com o sucesso da Sony, e o game ainda consegue trazer uma trama bacana e muita, mas muita brutalidade para esta geração. Mesmo com alguns problemas, uma fórmula batida e um ritmo estranho, Dante’s Inferno faz o principal: diverte.

Avaliação :
Gráficos Nota 8,5
Jogabilidade Nota 8,5
Áudio Nota 9,0
Diversão Nota 8,5

Plataformas : Xbox 360 , Ps3 , PSP



Novo controle de Xbox 360 da Razer é considerado uma trapaça

A Razer, uma empresa conhecida por fabricar acessórios para jogadores, anunciou durante a gamescom 10 um novo modelo de controle para Xbox 360. Porém, o produto gerou um pouco de controvérsia.

O controle com fio possui algumas capacidades que oferecem vantagens valiosas aos jogadores, entre elas: botões hipersensíveis; ajuste de tensão nos botões analógicos; e dois botões extras chamados MLB, os quais podem ser configurados para exercer as funções desejadas.

Todavia, o potencial do acessório é moralmente duvidoso, pois muitos jogadores consideram qualquer tipo de controle modificado como trapaça em modo multiplayer. Foi o caso da MLG, uma liga profissional de video games que decidiu proibir o uso do controle da Razer em seus campeonatos.

Haverá duas edições do acessório, a Standard e a Tournament, respectivamente pelos preços de 40 e 50 dólares, ambas disponíveis a partir de outubro deste ano.

Fonte : Baxaki Jogos

IMAGENS :

sábado, 21 de agosto de 2010

Greg Hastings Paintball 2

Nesta sequência, você tem a oportunidade de escolher Greg Hastings ou outro “atirador de elite”. A quantidade de personagens à disposição é um tanto assustadora: mais de mil, todos retratando profissionais da vida real. Até 20 jogadores (dez contra dez) podem embarcar em combates online. Os cenários também são inspirados em lugares reais, incluindo desde arenas na Inglaterra até florestas americanas.
A perspectiva de visão em primeira pessoa é combinada com um componente frequentemente presente em jogos de perspectiva em terceira pessoa: sistema de cobertura. Tentando imitar a tática dos praticantes na vida real, o gamer deve procurar superfícies de proteção, se agachar atrás de certos objetos e correr rapidamente entre um local e outro para evitar projéteis inimigos.

Vale a pena ressaltar que são oferecidos rifles tradicionais de paintball, mas também há pistolas, metralhadoras, granadas explosivas e até mesmo tanques imponentes que disparam tinta furiosamente. Progredindo no modo Career, o jogador tem a possibilidade melhorar esses equipamentos através da compra de upgrades na loja virtual.

O game ainda oferece partidas extras e outros tipos de conteúdos adicionais.. Obtendo sucesso nos embates, existe a chance de desbloquear filmes, imagens, biografias de profissionais e um documento relatando toda a história do paintball. Com isso, Greg Hastings Paintball 2 tenta satisfazer tanto os fãs de jogos de tiro (iniciantes no esporte ou não) quanto aqueles nunca participaram de tiroteios nos video games.

Data de lançamento : 28 de Setembro de 2010
Plataformas : Xbox 360 , PS3 , Wii

Pro Evolution Soccer 2011

A edição 2011 de uma das mais populares franquias de jogos de futebol chega ao PlayStation 3, Xbox 360, Wii, PC, PlayStation 2 e PSP recheada de novidades. Em primeiro plano está a jogabilidade reformulada, pensada na completa liberdade de movimentação e de controle da bola no campo.

Agora é necessário dosar com precisão cada lançamento, passe, cobrança de lateral e chute, com o apoio da nova barra de controle que o auxiliará na colocação exata da bola. A inteligência artificial não oferecerá mais tanta assistência, mas em contrapartida é possível até mesmo entrar nas disputas de bola utilizando jogo de corpo e outras táticas.

As melhorias na inteligência artificial se aplicam aos árbitros e aos goleiros, quebrando estigmas antigos que atingiam a franquia. Os jogadores encontrarão em Pro Evolution Soccer 2011 muitas melhorias gráficas, que vão desde a animação de corrida e de chute dos jogadores até as torcidas e outros elementos encontrados pelos estádios do mundo todo.

Por fim, ainda existem recursos para comandos estratégicos mais acessíveis, modalidades para disputa da Master League online e muitas outras novidades.

Data De Lançamento : 30 de Setembro de 2010

Plataformas : PC , PS2 , PSP , Wii  , PS3 , Xbox 360

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Tom Clancy's Splinter Cell: Conviction


Sam está furioso. A sua filha foi morta, ele mesmo teve que eliminar o seu melhor amigo, Lambert, e a Third Echelon, agência governamental que teve a sua fidelidade cega por longos anos, é agora uma página virada — bem, não tão virada assim... Basicamente, o Sam Fisher cauteloso, com métodos de abordagem sub-reptícios, está definitivamente morto e enterrado. E, juntamente com ele, também o antigo estilo “stealth” que por longos anos ditou as coisas em Splinter Cell.

O antigo agente da Third Echelon agora é um predador; rápido, astuto, tremendamente violento, com um “modus operandi” que lembra menos um agente governamental do que um kamikaze — se antes a ideia era evitar os confrontos a todo o custo, o negócio agora é caçar “como se não houvesse um amanhã”. E, acredite, o reflexo do novo/velho Sam em Splinter Cell: Conviction é determinante.

Para efeitos de comparação, talvez Conviction faça por Splinter Cell mais ou menos o que Resident Evil 4 fez, há algum tempo, pela franquia da Capcom: tentar manter o conceito original, enquanto reformula um estilo de jogabilidade que acabou se tornando um pouco datado com os anos. E, quer saber? Parece que deu certo.


E isso fica bastante claro já no início, conforme você atravessa os tutoriais rápidos e breves do jogo. Tudo acontece de forma muito mais rápida, intensa, mantendo constante o ritmo acelerado. E as novas técnicas, como o controverso “Mark and Execute”, apenas colaboram para esse novo estilo.

Tudo bem, aí vem a pergunta inevitável: isso abala a tendência “stealth” do jogo? Afinal de contas, as mudanças incluídas em RE 4 são consideradas por muitas pessoas como elementos de ruptura entre a franquia e o saudoso estilo “survival horror”. Será que se pode aplicar o mesmo princípio a Conviction? Bem, mais ou menos.

É verdade que o estilo “stealth” clássico não está mais presente. Pelo menos não do mesmo jeito — nada de se esgueirar lentamente, evitando inimigos como se fossem kriptonita. Mas não, Conviction não joga Splinter Cell para dentro do gênero de ação. Quer dizer, Sam não se tornou à prova de balas. Ele ainda precisa ser sutil e discreto. Entretanto, agora mais como caça do que caçador.



Aprovado


A “Pantera"

A alcunha “Pantera” (codinome de Sam na Third Echelon) parece bastante apropriado para Conviction. Se o Sam Fisher de Double Agent esgueirava-se sub-repticiamente entre inimigos, arrastava-se lentamente sobre cabos e, muito eventualmente, matava alguém, o vingativo Sam de Conviction é bem o contrário.

Ele vai correr, ludibriar os inimigos ,puxá-los pela janela para a morte certa, socar suas cabeças contra o mobiliário e, quando tudo o mais falhar, vai meter uma bala no meio das suas testas. Parece grotesco? Bem, o novo e rancoroso Sam é assim.

Mas a ira do protagonista sozinha não poderia garantir o novo estilo “stealth”de Splinter Cell, é claro. Existem diversas mecânicas que tornam os acontecimentos mais fluidos, e os ataques muito mais drásticos e realistas. Em primeiro lugar, não existem “loadings” aqui, a menos que você morra — o que realmente não é muito difícil, sobretudo na dificuldade “realistic”.

Até meso a história é contada enquanto a ação ocorre, conforme os flashes de memória do agente são exibidas nas paredes do cenários. A propósito, até mesmo os seus objetivos são diretamente projetados no cenário. Um estilo um tanto excêntrico, quase arriscado. Mas que deu certo, e de fato garante o novo ritmo de Splinter Cell.

Mark and Execute

Desde que foi inicialmente esboçado, o sistema “Mark and Execute” tem causado calafrios nos fãs mais antigos de Splinter Cell — apologistas do “stealth” clássico e desafiador. Afinal, mandar quatro sujeitos para o outro mundo com um simples aperto de botão parece equivalente a dizer: “ok, faça o trabalho por mim”. Mas não, esse realmente não é o caso.

“Mark and Execute” se encaixa perfeitamente na proposta de jogabilidade de Conviction sem jamais desequilibrar as coisas. Até por que, você só vai ganhar o direito de marcar inimigos para a morte certa após executar um deles no melhor estilo “old school”: aproximando-se e torcendo o pescoço, ou disparando contra o joelho e em seguida derrubando de vez.

Dessa forma, “Mark and Execute” aparece mais como um acessório bem-vindo. Ele vai ajudá-lo quando a coisa ficar realmente feia, e também vai imprimir um clima cinematográfico à cena. Ah, sim. E antes que você saia marcando e executando, outro aviso: esse “marcar e executar” não será necessariamente “marcar e executar na surdina”. Quer dizer, você ainda pode dar um cartão de visitas involuntário ao fazê-lo. Portanto, é bom tomar cuidado.

Last Known Position

Outro adereço inédito de Splinter Cell, embora este seja bem menos controverso que “Mark and Execute”. Se você conferiu uma das prévias anteriores , deve saber à essa altura que “Last Known Position” representa uma forma interessante e bastante realista de ludibriar os seus inimigos.

Basicamente, caso um deles vislumbre a sua silhueta em algum lugar, os seus contornos permanecerão ali. Isso significa que todos os inimigos vão posicionar rifles e jogar granadas considerando a sua “última posição”.

Além ser uma bela ajuda para escapar de situações particularmente intensas, “Last Known Position” ainda permite diversas possibilidades de armadilha. Quer dizer, que tal abandonar uma mina ativada por controle remoto no local? Eventualmente, pelo menos um dele vai se dirigir até o local para conferir se você ainda está lá, e daí...

Preto no branco

Esqueça os medidores, indicadores e quaisquer outras formas que Splinter Cell encontrava antes para dizer: “você foi notado!”. O sistema encontrado para ajudar na ocultação de Sam em Conviction é tão simples quanto brilhante. Caso você esteja realmente invisível, a tela perde as cores. Nada mais intuitivo. Uma boa ideia para garantir a ocultação é atirar nas lâmpadas — tentando chamar o mínimo de atenção.

Em fim, um sistema de cobertura que funciona

O sistema de cobertura de Conviction não é apenas o melhor dentro da franquia. É provavelmente um dos melhores já inventados, tanto em títulos “stealth” quanto em jogos de tiro. Aqui a coisa toda realmente funciona.

Em primeiro lugar, ao buscar cobertura, Sam jamais ficará preso em um objeto qualquer — o que acontecia com frequência em Gears of War, por exemplo. Para buscar cobertura, você terá que apertar o gatilho esquerdo do controle. Caso queira então abandonar a posição, basta largar o botão, ou dirigir-se para algum outro anteparo próximo — bastando para tanto apertar o botão “A” e selecionar o local. Caso não exista anteparo próximo, o gatilho ainda fará com que Sam se abaixe, diminuindo a sua visibilidade.

Diversão cooperativa

Splinter Cell: Conviction não tem uma campanha muito longa, é verdade (conforme você verá mais adiante nesta análise). Mas isso não significa que os seus tostões gastos com o jogo não serão recompensados. Quer dizer, que tal colocar tudo o que aprendeu durante a campanha relativamente minguada em diversos formatos de desafio multiplayer?

Tanto online quanto no formato de tela dividida, você e um amigo assumem o papel de dois agentes: Archer (Third Echelon) e Kestrel (Voron). A história do modo cooperativo traz uma prévia dos acontecimentos revelados na história principal — a ideia é localizar armas de destruição em massa —, e trazem ainda diversas oportunidades de trabalho em equipe. Em uma palavra? Viciante. Com certeza viciante.


Reprovado


Como assim! Já acabou?!?

Sabe aquela frase que brotava naturalmente quando terminava o seu tempo no “barco pirata” ou na montanha russa? Pois é. Isso, infelizmente, também ocorre em Conviction. Embora seja envolvente e bastante criativa, a trama principal se esgota em cinco, seis, ou no máximo oito horas — do contrário, talvez você esteja precisando de um pouco mais de treino... Felizmente, sempre existem os modos multiplayer (além de Deniable Ops) para salvar a pátria.

I.A. nem sempre brilhante

Não entenda mal. A I.A. de conviction REALMENTE não é ruim. Mas faz das suas aqui, acredite. Embora “Last Know Position” (leia acima) ajuda dar um ar de realismo maior à jogabilidade, ver os seus inimigos mantendo sempre as mesmas posições, ou executando sempre a mesma sequência de movimentos pode ser decepcionante. Isso sem falar daqueles sujeitos que se escondem de balas atrás de um poste... Isso realmente pode acontecer.


Vale a pena?

A menos que você seja um purista inveterado — do tipo que execrou as adições em RE 4 e RE 5, por exempolo —, com certeza vale. Splinter Cell: Conviction não apenas reinventa a roda da franquia Splinter Cell, como também do próprio estilo “stealth”. Não que houvesse realmente algum problema com o excesso de zelo necessário para se sobreviver aos primeiros jogos do gênero. Mas que tal assumir uma postura de caçador para variar?

Afinal, mataram a sua filha, você mesmo tem a cabeça a prêmio, e não existe mais uma grande corporação para sustentar as coisas. O negócio é “chutar o pau da barraca” mesmo — entre diversas outras coisas.

Avaliação

Gráficos Nota 9,0
Jogabilidade Nota 9,5
Áudio Nota 9,5
Diversão 9,0

Plataformas : Xbox 360 , PC


quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Blur

Antes de mais nada, vamos tirar os elefantes da sala — metaforicamente falando. Blur é, sim, uma mistura de Project Gotham Racing e Mario Kart, como já mencionamos anteriormente em prévias. Ele também é o sucessor espiritual dos games de corrida produzidos pela Bizarre Creations. E, para completar, aproveita o estilo visual colorido e rico em luminosidade de Geometry Wars. Agora que já dissemos isso, vamos ignorar as analogias para não ficar repetindo a mesma coisa todo parágrafo.

Isso significa que não se pode afirmar que o título seja particularmente original, embora o fato de reunir vários elementos bem-sucedidos em um só game constitua uma premissa interessante. Os jogadores gostam de correr de carro? Sim. Gostam de combate? Sim. Gostam de competição? Obviamente. Então a única preocupação de Blur é executar a proposta adequadamente, já que a receita para o sucesso existe.

E Blur o faz. Não perfeitamente (pouquíssimos jogos conseguem isso), mas de forma boa o suficiente para prender o usuário por inúmeras horas em frente à tela. Quem nunca desejou poder armar toda a bagunça causada por cascos de tartaruga e cascas de banana em um jogo que representasse de forma mais “realista” (as aspas são bastante necessárias) os carros e pistas?

Assim, o game pega carros de marcas reais (como Volkswagen, Audi, Dodge) e os coloca em pistas baseadas em locais de verdade (como Tóquio, Los Angeles, San Francisco); tudo regado a muitos power-ups que só não arrebentam o cenário inteiro porque apenas algumas partes dele são destrutíveis. Os carros, em compensação...

Vale lembrar que o título possui uma jogabilidade estritamente arcade; em nenhum momento ele se propõe a competir com simuladores de pilotagem, mesmo quando dentro de modos de jogo que focam na corrida. Assim, é preciso ter em mente que os objetivos principais aqui são a diversão e a emoção, como é típico em jogos deste estilo.


É impossível, também, evitar as comparações com o recém-lançado Split/Second. Afinal de contas, ambos são jogos de corrida com um foco especial na destruição dos oponentes — mesmo que a forma de execução seja diferente. Enquanto em Split/Second você destrói o ambiente, que por sua vez acerta os carros, em Blur a coisa é mais direta: os power-ups utilizados vão diretamente ao encontro dos oponentes.

Mas, no fundo, eles são fundamentalmente diferentes. Split/Second é mais explosivo e com um foco no espetáculo, frequentemente expondo catástrofes envolvendo inúmeros competidores. Já Blur é um pouco mais pessoal e evolutivo, já que os golpes geralmente atingem um ou dois competidores, com raras exceções, e o veículo pode ser gradualmente destruído.



Aprovado


Bagunça

Pancadaria, armadilhas, fechadas, capotagens. Todos os modos de jogo de Blur são extremamente bagunçados. Ser um espírito de porco não é apenas útil, mas necessário, já que jogar limpo quase nunca traz benefícios. O que torna cada pista um campo de batalha no qual os adversários estão combatendo a mais de 200 quilômetros por hora.

Este é sem dúvida o principal atrativo do título. Quem não quer ser incomodado enquanto tenta realizar os melhores tempos nas pistas certamente deve procurar outro jogo, pois até mesmo a inteligência artificial usa táticas de direção agressiva. Fazer os oponentes bater uma, duas, cinco, vinte vezes... É isso que compõe o cerne da experiência do game, independente de carro, circuito e modo de jogo.

Homenagem a um clássico

Quem já jogou Mario Kart certamente se lembra de várias características do game, como os cascos vermelhos, os turbos e tudo o mais. Como a proposta do jogo não é inovar agressivamente, pagar tributo a jogos anteriores que inspiraram o desenvolvimento certamente parece mais do que adequado.


E isso fica claro dentro do game. Prêmios com o formato de um casco de tartaruga, power-ups claramente baseados no que já conhecemos dos games de kart do encanador, sistema de pontuação de fãs que lembra o de kudos de Project Gotham Racing... Tudo remete o usuário a outros títulos excelentes que fizeram sucesso em épocas anteriores.

A grande sacada é inserir esses elementos ao mesmo tempo em que são adiciona das características novas para não tornar o jogo apenas uma cópia barata. Objetivo que foi atingido, já que a inspiração é visível, mas não há como considerar o resultado final um plágio.

Variedade

Mesmo que quem compre o game esteja querendo destruir adversários, nem todos têm a mesma preferência em termos de modos de jogo; e os desenvolvedores entenderam isso. Existem inúmeros modos a serem escolhidos, tanto no single player quanto no multiplayer, proporcionando a cada um a experiência que mais agradar.

Corrida para 8 jogadores, destruição de carros controlados pela IA, time attack, corrida para 10 jogadores, corrida para 20 jogadores, corrida sem power-ups, modo de combate semelhante a Destruction Derby... A lista é longa. E cada um destes modos possui características próprias e é mais propício para determinado tipo de veículo.

Veículos esses que são igualmente variados. Existem quatro categorias de carros, que vão desde os modelos mais comuns adaptados a corridas até supercarros que atingem velocidades espetaculares. Todos com características específicas (determinadas pelos atributos Aceleração, Velocidade Máxima, Aderência e Dificuldade de controle) que tornam cada um melhor para pistas e eventos específicos.

Evolução (longevidade)

Quando falamos de evolução, estamos querendo apontar as conquistas realizadas pelo jogador dentro do título. Existe uma vasta lista de desafios a serem completados pelo usuário, desde aqueles que consistem de troféus e conquistas (dependendo do console) até o destravamento de carros, pinturas e modos de jogo.

Isso vale ainda mais para a parte multiplayer (que é, pode-se dizer, a principal). Existem 50 níveis de perfil; e quando o usuário o atinge, é possível recomeçar com o status de “lendário”, liberando novos carros e partindo para novos desafios. Pelos rankings online, as pessoas que o atingiram mais rápido levaram em torno de 17 horas.

É tanto conteúdo que é preciso dedicar uma quantia razoável de tempo para liberar tudo o que o título oferece. Essa parte é boa, já que dá uma vida longa ao produto e o jogador acaba com um bom custo-benefício. Mas existe outro lado da moeda (que cobriremos em um ponto negativo) que não é tão brilhante.

Estratégias recompensadoras

Muito mais do que em outros jogos similares que vieram antes dele, Blur recompensa a utilização de estratégias de jogo de forma muito mais expressiva. Isso vale desde a escolha dos carros. As pistas frequentemente alternam pedaços de asfalto com outros de terra, água, areia... E existem os veículos off-road, que são excelentes para cobrir esses terrenos.

Aí já é possível diferenciar o jogador experiente do novato, pois a escolha do veículo influencia bastante na partida. E a coisa não para nisso. A hora de pegar os power-ups dentro de uma determinada fase — e a consciência da localização de cada um deles — também é determinante no resultado do jogo. Está em primeiro lugar? Foque em escudos e poderes defensivos. Está no meio do bolo? É interessante tentar eliminar a concorrência com ataques.
Assim, ir “na louca” é algo bastante arriscado, pois os adversários podem utilizar sabiamente cada uma de suas habilidades para ganhar uma vantagem enorme, que pode se tornar irreversível com o passar do tempo. E decisões devem ser tomadas rapidamente conforme as condições da corrida mudam.

Estilo visual

Embora a grande quantidade de cores e o estilo que elas apresentam não sejam novidade no mundo dos games — especialmente para quem já jogou Geometry Wars —, elas foram encaixadas de forma interessante nos efeitos do jogo. Desde os faróis de cada um dos carros até os power-ups, os efeitos visuais são bem chamativos e envolventes.

Mesmo quando existem inúmeras ações ocorrendo ao mesmo tempo na tela, é possível distinguir cada uma delas através do esquema de cores e do comportamento das luzes. Por mais que jogadores novatos não saibam que o power-up laranja é uma mina e que ela os fará rodar, saberão instintivamente que é uma boa ideia evitar a bola de fogo parada no meio da pista.

Multiplayer

Blur vive pelo seu multiplayer. Isso é algo inegável, e assim como em Split/Second o título é muito mais divertido quando jogado com outras pessoas. O suporte para split-screen de quatro pessoas é algo extremamente bem-vindo e divertido (mais uma homenagem a Mario Kart), além de incomum em jogos de corrida da atual geração.

Mas a pérola é mesmo a conexão pela internet. A possibilidade de enfrentar até outros 19 oponentes (para um total de 20 corredores em um mesmo evento) é simplesmente fascinante. Se a bagunça já é generalizada com quatro pessoas, com 20 a coisa descamba para, pela falta de palavras formais mais adequadas, a palhaçada descarada.

É gente rodando, explodindo e derrapando a cada segundo, incessantemente e das formas mais diferentes. Quem tem microfone xinga, quem não tem xinga também. Não há como conter os sentimentos na hora em que a coisa aperta — especialmente quando você está fazendo a última curva da última volta e é acertado por seis ataques seguidos, terminando a corrida em penúltimo... Não que isso tenha acontecido no Baixaki Jogos.

Aspecto social

Para quem gosta de expor suas habilidades, o game possui um sistema de compartilhamento de informações bastante extenso. É possível declarar rivais através do sistema de amigos da PSN e da Live, compartilhar resultados através do Twitter e Facebook (por meio de uma integração da conta do jogo com as respectivas dos serviços) e até mesmo desafiar outros usuários.

Tudo rapidamente, ao apertar um botão; sem complicações. Esse aspecto social é ainda mais reforçado através de uma série de rankings online que guardam estatísticas sobre tudo o que acontece dentro do sistema — quem possui o maior número de fãs, quem possui o maior número de pontos de piloto, quem chegou mais rápido ao nível lendário (e quantas vezes)... Quer mostrar o que fez? Aqui você pode.



Reprovado


Single player cansa rápido

Se alguém começar jogando pelo single player, e se limitar a ele até terminar, pode até conseguir acabá-lo — mas o fará com um certo esforço. Isso porque ele se torna monótono depois de um tempo, mesmo que o usuário goste de todos os modos de jogo. Quando a pessoa experimenta o multiplayer, é difícil voltar a jogar sozinho; mesmo que seja para terminar a campanha.

Em primeiro lugar, existem poucas corridas de fato dentro dos episódios. Eles são bastante permeados por eventos de destruição ou de corrida contra o tempo, que (ao menos na opinião da nossa equipe) realmente não são tão divertidos. O que faz com que o jogador se canse bem mais rápido do que deveria do single player.

Evolução (exclusão)

Dissemos que havia um lado menos brilhante da moeda da evolução. Pois bem. Enquanto é divertido liberar carros novos, completar desafios e tudo o mais, começar do zero contra oponentes que estão bem acima de você em termos de conteúdo destravado não é assim tão interessante. E algumas pessoas podem se desanimar pelo tempo que leva para avançar.
Mesmo que existam categorias diferentes para iniciantes e o resto das pessoas, quem está em níveis mais altos possui uma maior diversidade de opções para escolher as modificações dos carros. E também dos próprios veículos. Ou seja, às vezes é frustrante você perder uma corrida por simplesmente não ter os recursos à disposição, por mais que saiba qual é a estratégia correta a utilizar.

Ausência de incentivos

O subtítulo completo deste ponto deveria ser: ausência de incentivos para jogar os outros modos de jogo online. Mas ficaria muito longo, por isso o encurtamos. Seja como for, isso é uma realidade. A grande maioria dos jogadores fica nos modos de corrida para dez e vinte pessoas, sendo que modos como Team Motor Mash — no qual duas equipes se destroem em uma arena — ficam desertos. Não conseguimos nem mesmo testar o modo World Tour (no qual tudo é aleatório), pois havia 0 usuários dentro dele.


Vale a pena?


Blur é um excelente jogo de corrida arcade para quem gosta de ganhar através da pancadaria e da destruição de oponentes, sobre isso não existe dúvida. O jogo vale a compra, seu custo-benefício é muito bom e é quase impossível se arrepender da aquisição. No entanto, ele é muito mais sério do que, por exemplo, Mario Kart, então aqueles que gostavam bastante do humor daquela série podem pensar em alugar primeiro.

Seja como for, o produto é muito bom por si só, e quando comparado a outros títulos do gênero possui como concorrência maior apenas o Split/Second, ao qual se assemelha em termos de visuais (descontando as luzes e cores, levando em consideração os modelos de carros e pistas). A experiência multiplayer é mais sólida e longeva, mas menos espetacular.

A consideração final é de que Blur é um excelente título de corrida arcade, que expande conceitos que já bem conhecidos  e, mais importante, com os quais estamos bem familiarizados. Quem tem uma boa conexão com a internet ou possui vários amigos com os quais jogar em tela dividida para quatro pessoas certamente se divertirá à beça. Mas se o objetivo é jogar sozinho e sem estar online, existem opções melhores, já que a maior parte do título será desperdiçada.

Plataformas :  Xbox 360 , PC , PS3